A hipertrofia prostática é uma condição que os homens podem desenvolver a partir de uma certa idade. Configura como o aumento da próstata de forma desenfreada e vai trazer muitos prejuízos para a qualidade de vida masculina.
Veja nesse texto o que é hipertrofia da próstata, o que causa e o que pode ser feito para tratar.
Hipertrofia prostática: causas
Antes de falar sobre o que é hipertrofia prostática é importante entender um pouco dessa glândula do organismo masculino, a começar pela sua localização, que é o principal motivo do surgimento de incômodos relacionados à micção quando há alterações na próstata.
A próstata fica internamente na pelve masculina, logo abaixo da bexiga e na frente do reto. Além disso, ela envolve a uretra.
Tem como função principal a produção de um líquido que enriquece o sêmen e contribui com a fertilidade do homem.
A glândula tem dois momentos de crescimento ao longo da vida do homem. A primeira é na puberdade, quando dobra de tamanho, e depois é a partir dos 25 anos, quando atinge um tamanho aproximado de uma noz, pesando cerca de 20 gramas.
O crescimento será gradativo e nem todos os homens terão uma próstata aumentada ao ponto de causar transtornos para o comportamento miccional.
A hipertrofia prostática ou hiperplasia prostática benigna acontece quando a glândula e o tecido circundante expandem de 4 a 5 vezes o tamanho normal da próstata. Nestes casos, pode saltar do tamanho da noz para o tamanho de um limão ou de uma laranja, provocando muitos desconfortos e alterações miccionais importantes.
Mas, vale ressaltar que essa condição, assim como sugere a própria nomenclatura da patologia, não tem nada a ver com um câncer de próstata, e nem será um fator de risco. No entanto, os homens podem sofrer com os dois problemas ao mesmo tempo.
A principal causa da hipertrofia da próstata é o envelhecimento. A partir dos 40 anos é quando o processo se intensifica, por isso, a partir dos 50 anos, 50% dos homens já estão com o problema.
Porém, outros fatores de risco podem influenciar neste crescimento da glândula, como alterações hormonais, obesidade, diabetes e sedentarismo.
Outro importante fator de risco é a etnia, sendo que os negros têm maior possibilidade de sofrer com o aumento da próstata, enquanto o problema tem menor incidência entre os asiáticos, como japoneses e chineses.
Sintomas da hipertrofia prostática benigna
A hipertrofia de próstata causa uma compressão da uretra, e a parede da bexiga fica mais espessa. Por esse motivo, o homem começa a ter alterações muito significativas no seu comportamento miccional.
Entre os principais sintomas estão aqueles que são diretamente provenientes da obstrução uretral ou de alterações secundárias da bexiga, como:
- Aumento na frequência urinária de dia e às noite (noctúria);
- Dificuldade para iniciar a micção;
- Jato urinário fraco ou interrompido;
- Dificuldade para esvaziar completamente a urina;
- Gotejamento ao final da micção;
- Dor ao urinar ou ejacular;
- Incontinência urinária,
- Urina turva e/ou fétida (quando ocorre a infecção urinária), etc.
Hipertrofia prostática: diagnóstico
Em alguns casos, a hipertrofia prostática não exige tratamentos, a menos que cause os sintomas citados acima e prejuízo na vida do homem. Por isso, é preciso procurar uma consulta com um médico de próstata (urologista) o quanto antes, para que sejam relatados os sintomas e o médico solicite exames.
Mas é sempre válido dizer que, como é um problema que surge a partir do envelhecimento, o período aconselhado para começar a frequentar consultas de rotina com o urologista é dos 40 anos em diante.
Caso o homem tenha um componente genético que possa alertar sobre a questão, como pai ou irmãos que já tenham sido diagnosticados com hiperplasia prostática benigna, o início dessas consultas de rotina podem ser ainda antes do que a chegada aos 40 anos.
Além do relato dos sintomas, o diagnóstico de hipertrofia prostática pode ser refinado a partir de exames de próstata, como o toque retal, PSA, exames de urina e urodinâmica, ultrassonografias e outros testes de imagens.
É essencial que o urologista faça esses pedidos de exame porque algumas outras condições também podem imitar os sintomas da hiperplasia prostática.
Entre as patologias que podem trazer sintomas semelhantes estão a estenose uretral, câncer ou cálculos na bexiga, disfunção da bexiga e do assoalho pélvico, provocados por distúrbios neurológicos, como a bexiga neurogênica.
É importante dizer que o tão temido exame de toque uretral configura como uma das primeiras medidas de diagnóstico porque a partir dele o urologista consegue avaliar se o tecido da próstata está crescido ou até apresenta sensibilidade e desconfortos que podem ser fruto também de uma prostatite (inflamação da próstata).
Hipertrofia de próstata: tratamento
Não é possível prever como será a aceleração do aumento da próstata, em muitos casos, a possibilidade de obstrução urinária não avança por anos. Segundo um estudo da Mayo Clinic, os sintomas não pioraram por 3,5 anos em 73% dos homens que tinham uma hipertrofia prostática leve.
Mas, quando o aumento da próstata é progressivo e não é tratado pode levar o homem a sofrer com infecções frequentes no trato urinário, pedras na bexiga e sangue na urina. Além disso, a obstrução urinária pode levar a agravamentos que irão provocar danos aos rins, o que é uma condição bastante arriscada, porque pode levar a uma insuficiência renal.
Assim, o tratamento deve ser realizado sempre com base na gravidade dos sintomas e possíveis extensões do dano. Pode ser desde espera vigilante, uso de medicamentos ou cirurgia.
Os medicamentos visam proporcionar a redução da próstata e alívio dos sintomas, podem ser tanto os bloqueadores alfa-adrenérgicos, inibidores das 5 alfa-redutase ou os inibidores das 5 fosfodiesterase.
Segundo pesquisas da John Hopkins Medicine, os medicamentos melhoram sintomas de 30% a 60% dos homens. Porém, podem ter efeitos colaterais.
Cirurgia para hipertrofia prostática
Quando o homem toma medicações e a próstata não diminui, se mantendo com sintomas como o sangramento recorrente, pedras na bexiga, comprometimento renal e a bexiga ficando disfuncional, ele deverá se submeter a uma cirurgia para a hipertrofia da próstata, que pode ser realizada pelas abordagens aberta, laparoscópica, robótica ou endoscópica, principalmente a laser.
O ideal é que os homens que têm hipertrofia prostática moderada a grave façam a opção no momento certo, para que a doença não tenha prejudicado sua função urinária de forma muito grave.
As modalidades de cirurgias são: RTU de próstata (raspagem da próstata), prostatectomia simples robótica ou laparoscópica, vaporização transuretral bipolar da próstata (TUVP), enucleação com laser de holmium (HoLEP), vaporização da próstata com GreenLight Laser ou túlio (ThuLEP), etc.
As cirurgias endoscópicas, principalmente a laser, não exigem incisões e têm grandes vantagens sobre outras técnicas, como menos dor, sangramentos, menor risco de complicações e alta hospitalar mais rápida.
A prostatectomia aberta é uma técnica para retirada da próstata que ainda existe, mas vem caído em desuso devido aos riscos maiores de dor, sangramento e infecções, além de tempo de recuperação mais demorado.
Conclusão
Embora a hipertrofia prostática não seja uma condição maligna, se continuar avançando pode sim causar muitos problemas aos homens. Em muitos casos, pelos problemas miccionais, os pacientes podem se isolar e até ter prejuízos no trabalho.
É preciso buscar um médico que tenha expertise no tema, especialmente, se a única opção que resta é a cirurgia.
O Dr Jonathan Doyun Cha é especialista no diagnóstico e tratamento da hipertrofia prostática. Com atendimento humanizado, vai aconselhar e indicar o melhor tratamento caso a caso, com o objetivo de devolver bem-estar e qualidade de vida ao paciente.